A MODA DESCOBRIU O HOMEM... E O HOMEM, DESCOBRIU A MODA?
Cresce o mercado de vestuário masculino. Em Brasília, novos estilistas e empresários apostam no setor. Mas será que eles sabem se vestir? A Revista preparou um guia de estilo para ajudá-los nessa tarefa.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), os homens representam 35% do segmento do vestuário brasileiro. Sendo que a produção do setor aumentou 14,6% desde 2003. Esse número, entretanto, tende a ficar maior ao longo dos anos. Se antes eram distantes da moda, hoje os homens são público-alvo. Segundo o gerente geral do Iguatemi Brasília, Fernando Simões, o shopping escolheu propositadamente uma série de lojas para contemplar o homem -- além de vestuário, engloba redes especializadas em aparatos tecnológicos. “Notamos que o homem, além de tecnologia, tem se preocupado em adquirir marcas, roupas com estilo, corte e tecido de qualidade”, justifica. A pergunta que vem em mente é: desde quando os homens começaram a ter tanto interesse por moda?
No Brasil, só no início do século 21 os homens estão redescobrindo a arte de vestir. A culpa é da geração nascida nos anos 1970 e 1980, que resgatou uma cultura de expressão pessoal que estava perdida há algumas décadas. A coordenadora do curso de design de moda da Universidade Anhembi Morumbi, Eloize Novalon, acredita que o aumento do número de homens solteiros é outro fator determinante. “Os homens se casam mais velhos que antigamente e muitos são divorciados. A solterice e uma conta bancária maior fazem com que eles se tornem mais vaidosos.” Nesse grupo, incluem-se os gays, que estão dominando quase sozinhos esse mercado desde os anos 1980.
Esse crescimento, entretanto, está no começo e ainda falta muito para os homens brasileiros chegarem perto do consumo fashion das mulheres. Em algumas partes do mundo, esse número já é balanceado. Na Itália, por exemplo, a indústria do vestuário é bem dividida. Homens e mulheres têm peso igual na cadeia produtiva da moda. Tanto que eles ganharam a própria semana de moda em Milão, prova de que já quebraram a maior barreira entre o homem e a moda: o preconceito.
FONTE: CB-Olívia Meireles - Publicação: 28/05/2010
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