sexta-feira, 7 de maio de 2010

FELIZ DIA DAS MÃES


Por trás das grades, pobres condenados. Que seus erros pagavam encarcerados conversavam em grupos distraídos. E talvez das desgraças esquecidos.
Dizia um, a voz toda embargada, apontando uma página ilustrada: "À minha santa mãe, eu lhe daria essa casa. Foi feita para ela. Quisera vê-la aqui nessa janela, sorrindo para mim com alegria!"
"Já eu pra minha velha..." Outro dizia. "Quero o carro brilhando como espelho. Quantos passeios ela então daria, sem sentir reumatismo nos joelhos!"
Contentes a revista folheavam. E assim de um em um todos sonhavam fazer a mãe presentes fabulosos. De jóias e Palácios suntuosos.
Só um permanecia ali calado. Causando aos camaradas estranheza. "E tu em! A mãezinha que te adora, tantas lágrimas por ti chora. Que darias à ela de surpresa?"
Então ele voltando os olhos, esconde um triste olhar de estranho brilho. E com trêmula voz assim responde:

"QUISERA DAR-LHE APENAS UM BOM FILHO!"     

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